OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA - Um livro para não ficar fechado nem esquecido. Um tremendo safanão naqueles que acham que a Comissão da Verdade é inútil e o passado, passou.
"Memórias de uma guerra suja" é a confissão de um carrasco a serviço da repressão política - Cláudio Guerra, ex-delegado do Dops - a dois jornalistas experimentados, Marcelo Netto e Rogério Medeiros. Um documento cuja veracidade ainda precisa ser comprovada. Porém, mesmo que seja inventado no todo ou em parte, é uma pauta minuciosa, mapa da casa de horrores para ser seguido, verificado e chorado.
Trata-se de um dos relatórios mais tenebrosos já aparecidos sobre o período final do regime militar, quando a linha dura manifestava tanto ódio à distensão prometida pelo general Geisel quanto àqueles que pegaram em armas contra o regime militar.
Deste livro sai um Brasil irreconhecível que só se reconhecerá quando for devidamente apurado o que está contado com tantos detalhes neste livro terrível. É possível que a prioridade da Comissão da Verdade seja desvendar o que aconteceu com os desaparecidos. Mas os corpos incinerados por Cláudio Guerra numa usina de açúcar em Campos, Estado do Rio, jamais serão resgatados. Cabe a nós e a todos os buscadores da verdade o resgate de suas histórias.
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