quinta-feira, 18 de março de 2010

Ditadura Militar é apenas o primeiro tema programado para 2010 pelo IMA

Debate e apresentação de documentário abrem programação cultural do IMA

O Instituto Mário Alves traz mais uma vez a discussão sobre a Ditadura Militar para Pelotas. A atividade volta o debate sobre a Ditadura no Rio Grande do Sul, mais especificamente em Porto Alegre. A proposta é apresentar um filme e logo em seguida promover o debate em torno da resistência à Ditadura Militar no RS através dos depoimentos apresentados.

O filme escolhido foi “Arquivos da Cidade”, produzido pela Modus Produtora e dirigido por Felipe Diniz e Luciana Knijnik. O filme narra, a partir de histórias contatas pelos próprios protagonistas, as memórias da resistência a Ditadura Militar em Porto Alegre no período de 1964 a 1985. Os depoimentos foram gravados em 2009.

Um debate com os diretores do filme Felipe Diniz e Luciana Knijnik e com as professoras Cíntia Langie (Curso de Cinema e Animação – UFPel) e Alessandra Gasparotto (História – CAVG/UFPel) também fazem parte da programação.

A importância da participação da comunidade pelotense na atividade está na valorização da nossa história, mas principalmente na reflexão e discussão sobre os crimes cometidos durante a Ditadura Militar e que mesmo nos dias atuais não foram punidos.

Quando? 31 de março
Horário? 19h30
Onde? Auditório Central da UCPel (Campus I – Rua Félix da Cunha, 412)



Saiba mais sobre o Filme
Arquivos da Cidade
O documentário Arquivos da Cidade, realização da Modus Produtora, será lançado na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro no dia 28 de agosto – mesma data em que se completam 30 anos da lei de anistia no Brasil. O filme apresenta, 45 anos depois, histórias de resistência à ditadura militar com o foco no Rio Grande do Sul, contadas pelos próprios protagonistas. A trilha sonora é de Marcelo Fruet e vai contar também com música de Nei Lisboa.
Arquivos da Cidade aborda o período de 1964 a 1985 e tem como pano de fundo, manifestações culturais, sociais e econômicas da época. Através de depoimentos de seis militantes, presos políticos e familiares, o documentário revela como essas pessoas vivem hoje, as marcas que carregam, tornando públicas trajetórias desconhecidas.

Os depoimentos dos personagens foram gravados, em maio de 2009, no palco do Teatro de Arena que, na ditadura, caracterizou-se em Porto Alegre como espaço de encontro e resistência à opressão vigente, são eles: Lino Brum, irmão de Cilon Cunha Brum, um dos quatro gaúchos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia; Ignês Serpa Raminger, uma das mulheres que participaram ativamente da luta armada no estado, mais conhecida na época como “Martinha”; Bona Garcia, miltante político que foi preso e forçado a viver no exílio por muitos anos; Gregório Mendonça, operário que participou de diversas ações de contestação à ditadura militar, desde a tentativa de sequestro ao cônsul norte-americano, passando pela guerrilha do Caparaó, permanecendo por oito anos nos cárceres da ditadura brasileira; Carlos Alberto Tejera De Ré, militante do movimento estudantil preso na Ilha Presídio, hoje chamada de Ilha Pedras Brancas; e Antonio Losada, sindicalista preso por muitos anos e um dos últimos a serem libertados.

Os depoimentos tratam de temas como clandestinidade, prisão, tortura, perseguição política e militância. Muitos morreram, outros enlouqueceram, alguns seguem na militância e muitos ainda se esforçam para superar ou esquecer momentos de quase insuportável dor. Paradoxalmente, alguns se referem a esse período como um dos melhores de suas vidas, mostrando aspectos como o sentimento de liberdade, o companheirismo e a esperança de um Brasil melhor. Intercalam os depoimentos imagens de arquivo, resultado de pesquisa, envolvendo fatos inusitados, movimentos políticos e culturais que marcaram os 21 anos de ditadura no Brasil.
O documentário tem financiamento do Fumproarte/Prefeitura de Porto Alegre.


Ficha técnica
Direção: Felipe Diniz e Luciana Knijnik
Produção Executiva: Cris Reque
Direção de Fotografia e imagens: Mirela Kruel
Direção de Produção: Cris Reque
Iluminação de cena: Claudia de Bem
Som Direto: Leandro Lefa
Pesquisa: Ananda Simões
Montagem: Fabio Lobanowsky
Trilha sonora original: Marcelo Fruet e Boto Stanley
Canção: Nei Lisboa
Material gráfico: Pedro Engel
Fotógrafa still: Fernanda Chemale
Realização: Modus Produtora
Financiamento: Fumproarte

Os diretores
Felipe Diniz é documentarista e sócio da Modus Produtora de Imagens, onde há seis anos roteiriza, produz e dirige vídeos institucionais, experimentais e documentários.
Luciana Knijnik é militante de direitos humanos. Como parte de sua dissertação de mestrado, na Universidade FederalFluminense/RJ, realizou o curta Fala Corpo, no qual produz arquivos sobre a experiência da tortura no Brasil. É psicóloga e membro da Equipe Clínico-jurídica do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro. Publicou artigos sobre o tema em livros e periódicos.

Apoiadores: DCE/UCPel, DA Comunicação/UCPel, DA Direito/UCPel, DA Filosofia/UCPel, ADUFPel, Sebo Icária e RádioCom 104.5 FM