quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Mário Alves: presente!


É indiscutível que Mário Alves cumpriu um papel fundamental na formação do movimento revolucionário brasileiro, manifestando, durante toda a sua vida, uma clara opção pela luta armada. O guerrilheiro repudiava qualquer tipo de aliança com a burguesia, pois via nessa concessão a possibilidade de subordinação dos trabalhadores aos interesses de uma minoria reacionária.

Militante e ex-dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, posteriormente, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), esteve sempre ligado a base das organizações partidárias, contribuindo para a formação dos companheiros.

Quando foi preso pelo DOI-CODI ele tinha apenas 47 anos. No dia 16 de janeiro de 1970, o militante desaparece. Foi assassinado brutalmente pelas forças repressoras. Conforme relata sua companheira, Dilma Borges, Mário Alves foi "barbaramente espancado e submetido à suplício, com o uso de um cassetete dentado e o corpo todo esfolado por escova de arame". O suplício se deu em função da postura inequívoca em não delatar os companheiros de luta.

Segundo informações do Grupo Tortura Nunca Mais, "a companheira de Mário Alves e sua filha Lúcia conseguiram, em 1987, que a União reconhecesse a responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos morais. Foi, assim, o primeiro caso em que a União reconheceu sua responsabilidade por um desaparecimento político".

IMA

Em Pelotas, o Instituto Mário Alves (IMA) procura manter viva a trajetória e os princípios que impulsionaram a caminhada deste importante militante comunista. O IMA promove cursos e palestras nas mais diversas áreas de interesse dos movimentos sociais, colaborando para a formação política da classe trabalhadora e estudantil.

Na sede do instituto, os associados têm acesso a uma biblioteca com mais de três mil volumes e uma videoteca com aproximadamente 800 filmes em VHS's e DVD's. Todo o material é de conteúdo político e filosófico. São temáticas que ressaltam a importância de seguir acreditando na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Processo que incentiva a concretização do sonho de muitos ativistas, os quais deram a vida em nome dessa causa.

Por se tratar de uma organização sem fins lucrativos e não partidária, esta importante entidade se mantém com a colaboração de seus associados, recebendo, ainda, a contribuição de algumas entidades sindicais.

O IMA fica localizado à rua Andrade Neves, 821. O telefone para contato é (53) 30257241

"Depois de violentamente espancado... torturado com choques elétricos, no pau de arara, afogamentos, etc. Mário Alves manteve a posição de nada responder a seus torturadores... então introduziram um cassetete de madeira com estrias, que provocou a perfuração de seus intestinos e a hemorragia que determinou a sua morte.” (Depoimento do advogado Raimundo Teixeira Mendes, extraído do livro “Desaparecidos Políticos")

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Mauro Del Pino toma posse em Brasília: UFPel comemora retomada da democracia


Reconstruir é o maior dos desafios. Não basta melhorar o quadro atual. Deve-se modificar, tomar um novo rumo; implementar políticas diferenciadas no âmbito de interesse dos envolvidos no processo de mudança. Não obstante, essa transformação só é possível com esforço conjunto. Um interesse mútuo pelo avanço. Sentimento que brota da negação intransigente ao retrocesso. Para isso, às vezes é preciso teimar. Ir às ruas. Convidar a sociedade a participar desse processo. Estabelecer uma relação de interesse com os rumos da sua comunidade, da sua cidade, da universidade pública que leva o nome do seu município. 

Passado quase meio século do Golpe Militar no Brasil – um dos períodos mais tristes da nossa história – as forças políticas responsáveis por colaborar com o advento desse regime autoritário – algumas delas ainda encrustadas nas instâncias de caráter decisório – não se cansam de dar provas do quanto não se acostumaram a perder. Para elas, é preciso esgotar todas as possibilidades de manutenção da única ordem que conhecem: a sua própria ordem. Mesmo que isso signifique ir contra os interesses da maioria. 

É assim que atuam os golpistas de ontem e de hoje. Defendem interesses particulares, legislam em causa própria e não sabem como aceitar o novo momento vivenciado no país. Momento, esse, que, obviamente, estende-se para o espectro universitário.

Apesar de você...

Na UFPel, essa transformação começou a ocorrer no dia 22 de junho de 2012, quando a  Chapa 4 – Movimento Reconstrução – representada pelos candidatos Mauro Del Pino (Reitor), Carlos Mauch (Vice-Reitor), Denise Gigante e Gilson Porciúncula (membros da lista tríplice), foi eleita com 52% dos votos válidos no segundo turno das eleições para a reitoria da universidade. 

No dia 26 de setembro, mesmo com a resistência do ex-reitor, César Borges, o resultado do processo eleitoral foi referendado pelo Conselho Universitário (Consun). Dessa forma, ficou estabelecido mais um marco histórico na UFPel. A vitória da comunidade acadêmica frente aos interesses de uma cúpula retrógrada e descomprometida com os rumos da educação pública.

Por uma gestão democrática e sustentável

Na última segunda-feira (7), o professor Mauro Del Pino foi empossado como reitor da UFPel, em Brasília, ato que contou com a presença do ministro da Educação, Aloízio Mercadante. Nos próximos quatro anos, a universidade estará pautada por uma atuação que incide no desenvolvimento social sustentável, priorizando uma série de discussões deixadas de lado há pelo menos duas décadas; como a vocação de internacionalização da universidade, a importância de fortalecer o tripé: ensino – pesquisa – extensão e, mais recentemente, a implementação da política de cotas. 

Os desafios da nova reitoria são muitos. Mas as alianças estabelecidas junto aos movimentos sociais – notadamente representados por estudantes organizados em Coletivos, professores e funcionários da instituição ligados às associações de docentes e servidores – ressaltam o compromisso da nova gestão com os interesses coletivos.

Para honrar esses compromissos, é preciso estar atento não só às políticas de educação em nível nacional, mas também aos movimentos que estão ocorrendo nos países vizinhos. É o caso, por exemplo, da luta dos estudantes chilenos pela manutenção de uma educação pública e de qualidade em seu país. Diante desse quadro geral, a nova reitoria está se comprometendo em estabelecer uma relação aberta com os movimentos populares, a qual certamente estará coadunada com os processos de mudança da política nacional e internacional.

Na próxima sexta-feira (11), ocorre a solenidade de transmissão do cargo de Reitor ao Prof. Dr. Mauro Augusto Burkert Del Pino. A atividade será realizada no Auditório Prof. Wilson Alves de Oliveira - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - Campus Capão do Leão, às 18h.

Mais informações e aquisição de convites pelos telefones: (53) 8101-3065 (TIM); (53) 9117-7313 (CLARO); (51) 8143-9381 (VIVO).