[O IMA foi apoiador do movimento]
Centenas de mulheres (e homens) participaram da Marcha que denuncia as opressões e rememora as conquistas empreendidas pelas mulheres
O nome pôde até causar uma espécie de ‘espanto’ no início de sua divulgação: Marcha das Vadias? Alguns e algumas, preocupados com o que isso poderia dizer, se chocavam com o termo. “E é para chocar mesmo”, argumentou uma das organizadoras, Rebeca Scalco, do Coletivo Juntos. “É para se chocar com a grande violência que ainda existe contra as mulheres.” 15 mil são estupradas ao ano no Brasil, significando a cada 5 minutos, 2 mulheres recebendo violência e abuso, num total de 80% dos casos de estupros cometidos dentro de casa. Dados fortes que devem causar choque e indignação.
Denunciando a violência, o demorado papel do Estado na pauta da mulher e a busca pelo reconhecimento de uma liberdade maior da alma feminina, centenas de mulheres e, inclusive, homens, participaram da 1ª Marcha das Vadias, em Pelotas, organizada pela gestão Todas as Cores, do DCE da UFPel e pelo Coletivo (Des)Construindo Gêneros. O movimento percorreu as principais ruas do centro da cidade e teve seu encerramento com uma concentração e falas de representantes de diversos movimentos e instituições, na praça Coronel Pedro Osório, durante o dia de sábado.
Faixas, cartazes, gritos, megafones, distruibuições de panfletos informativos, homens vestidos de mulheres, roupas “diferentes” e liberdade de expressão contra o abuso à mulher acompanharam o movimento que, na avaliação da organização, se mostrou forte e pretende dar continuidade a algo que é muito mais profundo do que o susto que o termo “vadia” causa. De acordo com as organizadoras, a primeira marcha deu início a um movimento que pretende pautar frequentemente a denúncia contra a violência física e psicológica contra as mulheres.
(Video feito antes da Marcha, com as organizadoras. Produzido para o Programa Nossa Luta)
O PORQUÊ DO "VADIAS"
Em meados de 2011, em uma Universidade de Toronto no Canadá, um policial palestrando sobre segurança, orientou as mulheres que parassem de vestir-se como “Vadias” para diminuir o índice de estupros dentro do espaço da Instituição de Ensino. A partir desta declaração a revolta foi imediata e as mulheres se organizaram e criaram a "Slut Walk", ou em bom português, "Marcha das Vadias". Em seguida, a Marcha foi organizada em diversas partes do mundo, como em Los Angeles, Chicago, Buenos Aires, São Paulo, Brasília, etc. Pelotas foi a primeira cidade do Estado a organizar a Marcha em 2012.
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