quarta-feira, 23 de abril de 2014

CINE IMA - Sessão do dia 24 de abril de 2014 - 17h.

Cabra Marcado para Morrer (Brasil, 1984) 
DIREÇÃO: Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João Virgínio da Silva e os habitantes de Galiléia (Pernambuco). Narração de Ferreira Gullar, Tite Lemos e Eduardo Coutinho. 120 min., Globo Vídeo.

RESUMO

Em fevereiro de 1964 inicia-se a produção de Cabra Marcado Para Morrer, que contaria a história política do líder da liga camponesa de Sapé (Paraíba), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. No entanto, com o golpe de 31 de março, as forças militares cercam a locação no engenho da Galiléia e interrompem as filmagens.
Dezessete anos depois, o diretor Eduardo Coutinho volta à região e reencontra a viúva de João Pedro, Elisabeth Teixeira -- que até então vivia na clandestinidade -- e muitos dos outros camponeses que haviam atuado no filme antes brutalmente interrompido.

CONTEXTO HISTÓRICO

As Ligas Camponesas vinham sendo criadas desde meados dos anos 50 com o objetivo de conscientizar e mobilizar o trabalhador rural na defesa da reforma agrária. Durante o governo de João Goulart (1961-64), o número dessas associações cresceu muito e, junto com elas, também se multiplicavam os sindicatos rurais. Os camponeses, organizados nessas ligas ou em sindicatos ganharam mais força política para exigir melhores condições de vida e de trabalho.
A renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, após apenas sete meses de governo, abriu uma grave crise política, já que seu vice, João Goulart, não era aceito pela UDN e pelos militares, que o acusavam de promover agitação social e de ser simpático ao comunismo. Assim como esses setores eram contrários à posse de Jango, existiam outros que defendiam o cumprimento da Constituição, como o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.
O impasse foi resolvido com a adoção do regime parlamentarista de governo, aprovado pelo Congresso. Com esse regime, Jango era apenas chefe de Estado, sendo que o poder efetivo de decisão estava nas mãos de um primeiro-ministro escolhido pelos deputados e senadores.
Diante da crise econômica, o regime parlamentarista imposto pelos conservadores, se mostrava ineficiente, com a sucessão de vários primeiros-ministros, sem que a crise fosse atenuada. Esse cenário fortalecerá o restabelecimento do presidencialismo, conquistado através de um plebiscito em 6 de janeiro de 1963. Reassumindo a plenitude de seus poderes, Jango lançou as reformas de base apoiadas por grupos nacionalistas e de esquerda.. Elas incluíam a reforma agrária, a reforma do sistema bancário, a reforma tributária e a reforma eleitoral.
Muitos comícios foram organizados em apoio às reformas, destacando-se um comício-gigante realizado na Central do Brasil do Rio de Janeiro em 13 de março. A mobilização popular nos comícios assustava as elites que, articuladas com as forças armadas e apoiadas pelos setores mais conservadores da Igreja, desferiram um golpe de Estado em 31 de março de 1964.
No dia seguinte, o controle dos militares sobre o país era total e, no dia 4, Goulart se auto-exilou no Uruguai, sem impor qualquer resistência aos golpistas, temendo talvez o início de uma guerra civil no país.
Iniciava-se assim um dos períodos mais obscuros da história do Brasil, com 21 anos de ditadura militar que promoveu uma violenta onda de repressão sobre os movimentos de oposição, além de ter gerado uma maior concentração de renda, agravando a questão social, produzindo mais fome e miséria. Os "anos de chumbo" da ditadura ocorreram após o AI5 (Ato Institucional número 5), no final do governo Costa e Silva (1968), estendendo-se por todo governo Médici (1969-1974).


O Instituto Mário Alves fica na Rua Andrade Neves, 821. A entrada é franca!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

CINE IMA: III Cilclo - Há 50 anos atrás: que não se esqueça e nem se repita!

 Novo Ciclo do CINE IMA começa dia 17 de abril!

III Ciclo

Há 50 anos atrás: que não se esqueça e nem se repita!

17/04/2014 - O Dia que Durou 21 anos (Brasil - 78 min - 2013) Direção: Camilo Galli Tavares.

24/04/2014 - Cabra Marcado para Morrer (Brasil - 120 min - 1985) Direção: Eduardo Coutinho.

08/05/2014 - Manhã Cinzenta (Brasil - 23 min - 1969) Direção: Olney São Paulo. Brazil: A Report of Torture (EUA - 60 min - 1971) Direção: Saul Landau e Haskell Wexler

15/05/2014 - Paula: a história de uma subversiva (Brasil - 96 min - 1979) Direção: Francisco Ramalho Jr.

22/05/2014 - Memória para uso Diário (Brasil - 81 min - 2007) Direção: Beth Formaggini.


terça-feira, 1 de abril de 2014

Abertura da Exposição "O movimento estudantil e a resistência à ditadura civil-militar" - Dia 1º de abril/2014

Abertura da exposição com roda de debates:
"O movimento estudantil e a resistência à ditadura civil-militar"

Participação de Renato Della Vechia, Julio Cesar Spanó, Marilia Hofstätter Pohndorf e membros do Comitê Pelotas Região discutindo diferentes aspectos do golpe e repressão!

Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!