Por Felipe Balladares
Neste último dia 9 de fevereiro estaria completando 100 anos Apolônio de Carvalho, militante comunista. Nascido em Corumbá, MS filho de um soldado sergipano e de uma dona de casa gaúcha, Apolônio aderiu à vida militar e com pouco mais de vinte anos já era oficial. No exército entrou em contato com as idéias políticas do movimento tenentista e logo ingressou na ANL (Ação Nacional Libertadora) movimento do tipo “frente popular” apoiado pelo PCB então principal partido de esquerda do Brasil. Com a repressão que se seguiu ao levante de 1935 (conhecido como Intentona Comunista) do qual a ANL foi protagonista, Apolônio foi preso e teve seu posto no exército cassado.
Após ser libertado em 1937 filia-se ao PCB. Era o período da Guerra Civil Espanhola, e Apolônio partiu para a Espanha para lutar nas Brigadas Internacionais, movimento de voluntários que saíram de diversos países para defender a República Espanhola do Fascismo. Em 1939, quando as Brigadas são dissolvidas e os Republicanos são derrotados, Apolônio têm de se refugiar na França. Ali permanece prisioneiro de um campo de concentração para refugiados espanhóis até 1940 quando foge para Marselha.
Com a invasão da França pelos nazistas, Apolônio ingressou na Resistência Francesa e 1942 tornou-se o comandante do movimento na região sul da França. Neste posto comandou a libertação de diversas cidades entre elas Toulouse.
Depois do fim da guerra Apolônio voltou ao Brasil com a família (a mulher Reneé que ele conheceu na França e o filho René -Louis) e viveu na clandestinidade antes e depois do golpe de 1964. Em 1967, juntamente com Mário Alves e Jacob Gorender rompeu com a linha reformista e recuada do PCB e fundou o PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) através do qual participou da luta armada contra o regime militar. Em 1970 foi preso em uma onda de prisões que alcançou também Mário Alves e Jacob Gorender. Todos foram barbaramente torturados e Mário Alves foi assassinado. Pouco tempo depois foi libertado em troca do resgate do Embaixador Alemão seqüestrado por guerrilheiros. Partiu para o exílio na França de onde só retornou com a Anistia em 1979 e logo passou a participar da organização fundação do PT, partido no qual permaneceu na direção até 1987 quando se afastou por problemas de saúde. Permaneceu, entretanto como referência política para outras gerações de militantes socialistas.
Apolônio recebeu dos governos Francês reconhecimento pela sua dedicação: foi condecorado com a Legião de Honra Francesa.Apolônio é, sem dúvida um herói das lutas dos trabalhadores e dos oprimidos não só dos países em que combateu mas do mundo todo. Mais do que isso é a prova de que conforme o próprio Apolônio dizia, “Vale a pena Sonhar”!
Camarada Apolônio, Presente!
Pessoal, leiam http://historiaupf.blogspot.com/2012/01/revista-historia-debates-e-tendencias.html
ResponderExcluir