segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CINE IMA - Sessão do dia 02 de outubro - Quarta-feira - 16 horas

O Grupo Baader Meinhof (Der Baader Meinhof Komplex, Alemanha, França, República Tcheca, 2008, 150 min). Diretor: Uli Edel.

Alemanha, década de 70. O país é assolado por uma onda de atentados à bomba reivindicados por um grupo terrorista chamado Facção do Exército Vermelho, que move uma luta mortal contra o que eles dizem ser os novos inimigos da Alemanha: o capitalismo americano que se apoia na estrutura de poder alemã que tem um passado próximo de envolvimento com o nazismo. Em teoria, o objectivo do grupo liderado por Andreas Baader e Ulrike Meinhof é a criação de uma sociedade mais justa e humana, porém estes filhos da 2ª Guerra Mundial usam os meios mais aberrantes para o conseguir, perdendo pelo caminho a sua própria humanidade. O grupo é perseguido tenazmente pelo chefe de polícia Horst Herold, que compreende bem as premisas do grupo, e que suspeita que as suas acções são apenas um sintoma de algo bem mais perturbador. Ulli Edel traz-nos aqui uma bem conseguida dramatização da história de um dos mais notórios grupos terroristas da Europa do pós-guerra, dando-nos uma narrativa equilibrada e dinâmica que nos sugere interrogações pertinentes sobre a génese e impacto destas organizações.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Comitê Nacional da Verdade - CNV coordena preparativos para exumação de líder camponês desaparecido

01 EpaminondasCNV descobriu registro do local de sepultamento de Epaminondas Gomes de Oliveira no cemitério Campo da Esperança, em Brasília

A Comissão Nacional da Verdade coordena amanhã (19) os preparativos para o trabalho de peritos da Polícia Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal que exumarão na próxima terça-feira (24/09) os restos mortais que podem ser do líder camponês maranhense Epaminondas Gomes de Oliveira, membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), organização derivada da Ação Popular, morto aos 68 anos, sob custódia do Exército, em 20 de agosto de 1971. O trabalho é realizado em parceria com a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Epaminondas foi preso no garimpo de Ipixuna do Pará, em 9 de agosto de 1971, numa operação do Exército para prender lideranças políticas da oposição na região do bico do papagaio (divisa tríplice entre Pará, Maranhão e Tocantins, então Goiás). Após ser levado aos municípios de Jacundá (PA) e Imperatriz (MA), foi levado à Brasília, onde morreu, sob a custódia do Exército, no Hospital da Guarnição Militar.

Segundo a viúva de Epaminondas, Avelina Cunha da Rocha, em depoimento à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, "os militares não tiveram a coragem de entregar o corpo". Disseram apenas, por meio de documento oficial, que Epaminondas estaria enterrado em Brasília e que a responsabilidade pelo traslado caberia à família.

De posse da informação, integrantes da Comissão Nacional da Verdade foram até o cemitério e pesquisaram os cadernos de registro e as guias de sepultamento individualizadas do Campo da Esperança, onde descobriram que o verdadeiro local de sepultamento de Epaminondas não coincidia com o apresentado no documento oficial apresentado à família.

O mesmo documento registra que a sepultura de Epaminondas não poderia ser aberta antes de 1976, o que chamou a atenção da CNV e dos familiares, pois poderia se tratar de uma tentativa de impedir a apuração de sua real causa mortis, apontada nos registros militares como decorrente de crise hepática aguda, causa que normalmente aparece em laudos de morte de presos políticos vítimas de tortura e até mesmo de execução.

Amanhã, a partir das 11h, os peritos da Polícia Civil do Distrito Federal, a pedido da CNV, realizarão uma diligência preliminar no cemitério com o equipamento Ground Penetrating Radar (GPR), que verifica a existência de restos humanos sob a terra.

Assim que descobriu o novo documento, a CNV entrou em contato com a família de Epaminondas no Maranhão e no Pará, que autorizou a exumação, desde que acompanhada por familiares e que, após os exames, caso a identificação seja positiva, seja feito o traslado dos restos mortais e o enterro de Epaminondas, de modo condigno, em local a ser determinado pela família, provavelmente ao lado de sua esposa em jazigo da família.

O neto do líder camponês, Epaminondas de Oliveira Neto, autorizou o procedimento e acompanhará a exumação ao lado de seu irmão Cromwell de Oliveira Filho. Ambos colherão material para o exame de DNA.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
(61) 3313-7324 | comunicacao@cnv.presidencia.gov.br

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CINE IMA - Sessão do dia 25 de setembro - Quarta-feira - às 16 horas

A Revolução não será televisionada (The Revolution Will Not Be Televised - Venezuela, Irlanda, 2003, 75 min) Diretores: Kim Bartley e Donnacha O'Briain.

O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela.

Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo.

É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos.

Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos.

Um aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002.

Todos os canais privados(comerciais) de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma EDIÇÃO de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos.

Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão".

"A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes.

O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez.

O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte.

Não aceitou as "notícias", recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez "não renunciou! Está seqüestrado!" e "não te queremos Carmona! Ladrão!".

Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir "Queremos a Chavez!" e clamar "Chavez amigo, o povo está contigo!".

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

CINE IMA - Sessão do dia 18 de setembro - 16 horas

Arquitetos do Poder (Rio de Janeiro, 2010, 90 min) Diretores: Vicente Ferraz, Alessandra Aldé.

Primeiro documentário produzido no Brasil que discute como a mídia e os políticas são influenciados uns pelos outros, a evolução das técnicas de propaganda nas campanhas eleitorais e as consequências na recente história do Brasil.

Produzido pela Urca Filmes/IUPERJ (com o apoio da UERJ, UCAM, FAPERJ e FINEP), o filme conta a história da comunicação política brasileira, desde as campanhas de Getúlio Vargas e JK até o presente, passando pela emblemática eleição de 1989 e ilustrando a crescente influência do marketing na política, bem como a relação da mídia nacional com os escândalos do poder.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

CINE IMA - Ciclo: Mídia - O Quarto Poder

O Instituto Mário Alves tem o prazer de convidar a tod@s para o Ciclo de Cinema - CINE IMA.
Na primeira edição do Ciclo, a discussão será Mídia - O Quarto Poder. Vamos dialogar com documentos e histórias que falam sobre a influência da comunicação no modo de pensar e se comportar da sociedade.

O Cine IMA ocorre todas as Quartas, às 16 horas. No Instituto Mário Alves - Andrade Neves, 821

Ciclo de Cinema: Mídia - O Quarto Poder

18 de setembro -
Arquitetos do Poder (Rio de Janeiro, 2010, 90 min) Direção: Vicente Ferraz, Alessandra Aldé.

25 de setembro - A Revolução não será televisionada (The Revolution Will Not Be Televised - Venezuela, Irlanda, 2003, 75 min) Direção: Kim Bartley e Donnacha O'Briain.

2 de outubro -
O Grupo Baader Meinhof (Der Baader Meinhof Komplex - Alemanha, França, República Tcheca, 2008, 150 min) Direção: Uli Edel.
 
9 de outubro - Com Vandalismo (Fortaleza, 2013, 70min) Direção: Coletivo Nigéria.

16 de outubro - La cocina - En el Medio hay una ley (Argentina, 2011, 96 min) Direção: David Blaustein y Osvaldo Daicich.



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

73ª Caravana da Anistia

Capelania da UCPel promove ciclo de debates sobre a Ditadura Civil-Militar no Brasil

Dentre as principais atribuições da Capelania da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) destaca-se a promoção de atividades sócio-reflexivas que possibilitem a aproximação de alunos, professores, funcionários e da comunidade - de forma geral - em torno de temas de interesse coletivo. Seguindo por esta linha, nesta quarta-feira (04) tem início o evento Ditadura em Debate. A programação se estende por todo o mês de setembro, incluindo palestras, mostras fotográficas e a realização de um cine-debate.
 
O momento político que o Brasil atravessa, sobretudo após as recentes manifestações que tomaram conta das ruas do país, tem colocado em xeque o posicionamento do Estado sobre temas pouco discutidos ao longo dos últimos anos. A instauração da Comissão Nacional da Verdade, em maio de 2012, fez com que uma parcela significativa da população brasileira passasse a se indagar sobre os crimes e as violações aos direitos humanos ocorridas durante a Ditadura Militar (1964-1985), suscitando um interesse maior pelo tema.

“A organização da atividade proposta pela Capelania da UCPel nasceu de um amplo diálogo estabelecido junto à comunidade acadêmica e contou com a colaboração de estudantes do último semestre do curso de Filosofia”, destaca a articuladora da juventude da Capelania, Manoela Neutzling. Ela explica que o evento procura abarcar os diversos aspectos que envolvem a temática e, por isso, optou-se em subdividi-lo em três eixos principais, com a organização de mesas redondas. A primeira - Mídia, Censura e Ditadura – contará com a presença dos professores Renato Della Vechia (UCPel) e Alessandra Gasparotto (UFPel), ambos integrantes do Comitê Memória, Justiça e Verdade de Pelotas e Região. Essa primeira palestra ocorrerá na quinta-feira (05), às 19h, na Sala 407 E do Campus I.

Antes disso, no entanto, já será possível entrar no clima das discussões. Nesta quarta-feira (04), das 18h às 19h, no saguão do Campus I, estará ocorrendo uma exposição fotográfica, com registros de imagens que fazem parte do projeto Ponto de Cultura - Memórias em Movimento, do Instituto de Estudos Políticos Mário Alves (IMA). Toda a programação do evento é aberta ao público e as inscrições podem ser realizadas diretamente nos locais onde estão previstas as atividades. Mais informações pelo telefone (53) 2128-8004.

Programação

12/09 (Quinta-feira) - Mesa Redonda – Direito, tortura e punição
Comissão da Verdade e a Lei de Anistia.
- Mariluce Vargas – Comitê Memória, Justiça e Verdade.
- Débora Kreuz – Comitê Memória, Justiça e Verdade.
Horário: 19h
Local: Sala 425 C - Campus I

17/09 (Terça-feira) – Mesa Redonda
- Osmar Miguel Schaefer (Filosofia)
- Jandir Zanotelli
- Alceu Salamoni
Horário: 8h30min
Local: UCPel Campus I - Sala 407 E

18/09 (Quarta-feira) - Arte no Saguão
Horário: das 18h às 19h30min
Local: UCPel – Saguão Campus II

24/09 (Terça-feira) - Cine-Debate
Filme: Pra Frente Brasil
Horário: 19h
Local: UCPel – Campus I - Sala 407 E

terça-feira, 10 de setembro de 2013

7 de setembro: Dos 20 casos de agressões à imprensa, 85% foram cometidos pela PM







Nas manifestações de 7 de setembro foram contabilizados ao menos 21 casos de violação contra 20 profissionais da imprensa. A polícia foi responsável por 85% das agressões - 18 casos, na maioria das vezes por uso ostensivo de spray de pimenta. Os números podem aumentar conforme mais casos forem confirmados. Esse foi o levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Segundo a Abraji, Brasília (DF) foi a cidade mais violenta para os profissionais da imprensa. Ao todo, 12 jornalistas foram agredidos, todos por policiais militares. O fotógrafo Ricardo Marques, do jornalMetro, desmaiou após ser atingido no rosto por spray de pimenta. A fotorrepórter Monique Renne, do Correio Braziliense, registrou o momento em que um policial jogou spray de pimenta diretamente em sua câmera. Ao fotografar a cena, André Coelho, do mesmo jornal, foi agredido por PMs.

Houve também agressões, por parte de manifestantes, a profissionais da grande imprensa, no Rio de Janeiro e em Manaus.


Tradição de violência

Os números mostram a recorrência das forças de segurança como autoras de violência contra jornalistas. No último sábado, os PMs igualaram o recorde de 13 de junho, quando agentes de segurança também agrediram 18 profissionais da mídia.

Desde o dia 13 de junho, a Abraji já contabilizou 82 violações contra jornalistas durante a cobertura de manifestações. A planilha completa com os nomes de todos os profissionais agredidos, veículos para o qual cada um trabalhava, data e local da agressão está disponível para download neste link: http://bit.ly/13C5YKi.

“A Abraji repudia as ações de policiais e de manifestantes contra profissionais da imprensa. Agressões são sempre injustificadas. Quando os agredidos são repórteres, todos os cidadãos terminam sendo vítimas da falta de informação”, disse a Abraji em nota.

Fonte: Brasil de Fato

Comissão Nacional de Verdade convida comissões estaduais e municipais para reunião dia 30

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, José Carlos Dias, convidou os integrantes das comissões da verdade estaduais e municipais de todo país para uma reunião em São Paulo, no próximo dia 30 de setembro cujo objetivo é aumentar o entrosamento e a parceria entre a CNV e suas congêneres, visando o relatório final da CNV, previsto para maio de 2014, mas que deve ser adiado para novembro de 2014.

O convite foi feito por Dias hoje de manhã durante um encontro entre comissões da verdade com atuação no município de São Paulo, promovido pela Comissão da Verdade Vladimir Herzog da Câmara de Vereadores, presidida pelo vereador Gilberto Natalini.

O surgimento de comissões da verdade pelo país é um dos maiores ganhos advindos da criação da Comissão Nacional da Verdade, avalia o coordenador da CNV: "Um dos ganhos da CNV é a proliferação de comissões da verdade. É um engano dizer que é ruim, pois cada núcleo que surge para investigar a verdade é fundamental. Este relatório será elaborado contando com a participação e o trabalho de todas estas comissões. A CNV tem muitas tarefas, mas nada poderia ser feito sem as comissões estaduais, municipais, institucionais e corporativas", afirmou.

Levantamento da CNV indica que há pelo menos 76 comissões da verdade em todo o país, sendo 21 delas instituídas por poderes estaduais ou municipais.

Segundo Dias, na reunião deverão ser definidas formas de cooperação entre a CNV e as comissões estaduais. "Nesta reunião definiremos como entrosar mais esse trabalho e como será a contribuição das comissões na elaboração do relatório e as recomendações finais da CNV", afirmou.

CONVOCAÇÕES - O coordenador defende a organização conjunta de audiências públicas entre a CNV e as comissões estaduais. Dias afirma que a Comissão Nacional pode convocar agentes públicos para depor em audiências promovidas em conjunto com as comissões estaduais e municipais, como ocorreu na audiência do caso Mário Alves, no Rio de Janeiro, no último dia 14 de agosto, em que os agentes públicos foram convocados pela CNV e a audiência realizada em parceria.

"Se os agentes não comparecerem, acionaremos a Polícia Federal para a realização da condução coercitiva daqueles que faltarem, sem contar que eles estarão sujeitos a responder pelo crime de desobediência", afirmou Dias.

O poder de convocar uma pessoa para prestar depoimento é exclusivo da CNV entre as comissões da verdade. O poder de convocação cria a obrigação de comparecimento, conforme entende o colegiado e a Justiça Federal, que negou pedido do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que não queria comparecer perante a CNV para depor.

Natalini pediu à CNV a convocação do presidente da CBF, José Maria Marin, e do delegado da polícia civil de São Paulo Carlos Alberto Augusto. Ambos foram convidados pela Comissão Vladimir Herzog, mas não atenderam aos chamados.

Integrante da CNV, Maria Rita Kehl, que coordena o grupo de trabalho que apura as graves violações de direitos humanos de camponeses e indígenas, pediu apoio das comissões de São Paulo para o trabalho do seu GT.

Além de membros e assessores da CNV e da Comissão Vladimir Herzog, participaram da reunião de hoje em São Paulo integrantes da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, das Comissões da Verdade da USP, Unifesp, PUC, FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) e do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

NOMES DE RUA - A Prefeitura de São Paulo, que planeja uma Comissão da Verdade do poder executivo municipal, enviou para a reunião o Secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sotilli.

A prefeitura tem um projeto para mudar nomes de logradouros públicos que tenham nomes de torturadores, ditadores e outros agentes da repressão e esteve reunida com moradores e vizinhos da rua Dr. Sérgio Fleury, na Vila Leopoldina, cujo projeto de lei para alterar seu nome já tramita na Câmara Municipal. Fleury comandava as equipes do Dops de São Paulo responsáveis pela perseguição, tortura e morte de dezenas de militantes políticos.

Segundo Adriano Diogo, que preside a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, da Assembleia Legislativa de São Paulo, sua comissão acompanha projeto semelhante sobre o tema em nível estadual, que prevê a mudança do nome de logradouros e equipamentos públicos estaduais, como estradas, creches, escolas, que tenham nomes de presidentes do período ditatorial ou de torturadores.

Outro tema em que a comissão paulista tem atuado é na mudança dos atestados de óbito de mortos ou desaparecidos pela repressão.

A Unesp, universidade pública estadual que mantém 21 campi espalhados pelo interior de São Paulo e que mantém um projeto de memória e verdade, também enviou representantes para a reunião pois deve lançar uma comissão em breve.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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Comissão Nacional da Verdade percorrerá país em nova rodada de audiências públicas

Membros e assessores da Comissão Nacional da Verdade, reunidos hoje em São Paulo, fecharam um calendário de audiências públicas em quatro regiões do país durante os próximos três meses. Também foram tratados detalhes da reunião de trabalho com as comissões estaduais e municipais da verdade que será realizada nos dias 29 e 30 de setembro.

A reunião foi a primeira que contou com a participação do novo membro da CNV, o advogado e professor universitário Pedro Dallari, ex-deputado constituinte, ex-secretário de governo na gestão Erundina em São Paulo e professor titular e vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP. Além de Dallari, participaram da reunião o coordenador da CNV, José Carlos Dias, e as integrantes do colegiado Maria Rita Kehl e Rosa Cardoso.

Foi definido que a CNV realizará audiências públicas em conjunto com comissões estaduais e promoverá audiências dos grupos de trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, Papel das Igrejas durante a Ditadura e Perseguição a Militares.

A próxima audiência da CNV será nos dias 17 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro, uma parceria do GT Igrejas e da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro. No dia 20, em São Paulo, em parceria com a Comissão Estadual da Verdade, o tema é a cadeia de comando da repressão e a Oban.

Em outubro, já estão confirmadas cinco audiências, duas delas são do GT Sindical da CNV: dia 1/10, sobre a destruição do antigo Comando Geral dos Trabalhadores pela Ditadura e dia 7/10, sobre os 50 anos do Massacre de Ipatinga. Dia 11 de outubro está prevista uma audiência do GT da Operação Condor sobre os argentinos desaparecidos na Guanabara e nos dias 17 e 18 uma audiência sobre a Casa da Morte, em parceria com a Comissão do Rio. No período de 21 a 24 de outubro o GT Igrejas irá à Belém.

Em novembro, a CNV deve realizar em Brasília três dias de audiências públicas sobre a Guerrilha do Araguaia e o GT Igrejas da CNV deverá percorrer Salvador, Recife e São Paulo. Agentes da repressão serão convocados para depor.

Também estão previstas audiências sobre o financiamento da repressão e sobre militares perseguidos pela repressão em São Paulo.

Pedro Dallari afirmou aos colegas ter ficado muito bem impressionado com o volume de trabalho realizado até agora pela Comissão da Verdade. "Chego a uma comissão estruturada e venho me encaixar onde posso ser útil", afirmou. O advogado e professor integrará o GT Mortos e Desaparecidos, junto com Rosa Cardoso e José Carlos Dias.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

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